O que sabemos sobre o coronavírus (COVID-19)

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em janeiro de 2020, declarou que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.

O novo coronavírus (2019-nCoV) é um vírus que pertence a uma grande família de vírus, comuns em diferentes espécies de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos, e foi identificado como a causa de um surto de doença respiratória detectado pela primeira vez em Wuhan, China. (Ministério da Saúde)

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), até 28 de fevereiro de 2020, houve registro de “83.652 casos confirmados no mundo, sendo 78.961 casos confirmados com 2.791 mortes na China e 4.691 casos confirmados em outros 51 países e territórios fora da República Popular da China, incluindo 67 mortes”.

No Brasil, até o momento, 10/03/2020, estão confirmados 25 casos e 930 casos suspeitos são monitorados pelo Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde ainda monitora os países, descritos a seguir, para casos suspeitos do coronavírus:

  • Alemanha
  • Austrália
  • Emirados Árabes Unidos
  • Filipinas
  • França
  • Irã
  • Itália
  • Malásia
  • Camboja
  • China
  • Coreia do Norte
  • Coreia do Sul
  • Japão
  • Singapura
  • Tailândia
  • Vietnã

Vias de transmissão (ANVISA)

Contato direto: gotículas respiratórias

Contato indireto: mãos e objetos ou superfícies contaminadas

Sintomas mais comuns

  • Tosse seca 
  • Febre
  • Cansaço

Outros sintomas

  • Dores
  • Congestão nasal
  • Coriza
  • Dificuldade para respirar
  • Dor de garganta (inflamação)
  • Diarreia

Período de incubação/início dos sintomas

O período de incubação do vírus pode variar de dois a 14 dias após a exposição. Durante esse tempo, o vírus tem capacidade de transmissão. 

Diagnóstico

É feito com base na avaliação clínica (análise dos sintomas) e confirmado por meio de exames de secreções de vias aéreas – aspirado de nasofaringe (ANF) ou swabs combinado (nasal/oral) – ou de secreção respiratória inferior (escarro lavado traqueal ou lavado bronca alveolar).

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular para detectar o RNA viral. 

Tratamento

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus, somente para os sintomas.

As opções terapêuticas dependem do estado clínico de cada paciente. 

  • Antitérmicos e analgésicos (para a febre e dor)
  • Uso de umidificador no quarto (para a dor de garganta e tosse)
  • Banho de água quente (para a dor de garganta e tosse)
  • Ingestão de líquidos 
  • Repouso

Outras informações

Conforme a publicação feita pelo Dr. Fernando Gatti de Menezes, coordenador médico do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital Israelita Albert Einstein, seguem alguns esclarecimentos:

  • Ainda não é possível afirmar sobre o potencial de transmissão do novo coronavírus da mãe para o feto
  • Em relação à amamentação, não foi detectada, até o momento, a presença do vírus no leite materno e nem a contaminação de bebês por esta via
  • As grávidas correm risco maior. Embora não existam dados suficientes para esta conclusão, as infecções respiratórias causadas por agentes infecciosos têm maior gravidade quando afetam mulheres na gestação, devido às alterações no sistema imunológico e no funcionamento dos órgãos
  • A vacina da gripe não protege contra o coronavírus, somente contra o Influenza. Até o momento não há vacina para o COVID-19

Ações gerais de precaução

  • Higienize as mãos constantemente com álcool gel ou água e sabonete
  • Mantenha, aproximadamente, dois metros de distância entre você e qualquer pessoa que esteja espirrando ou tossindo
  • Evite tocar nos olhos, nariz e boca
  • Cubra a boca e o nariz quando tossir ou espirrar, preferencialmente com lenço descartável, descarte-o imediatamente e higienize as mãos.
  • Evite aglomerações

Ações de precaução para profissionais de saúde

As medidas devem ser implementadas antes da chegada do paciente (caso suspeito ou confirmado) ao serviço de saúde, na chegada, triagem, espera do atendimento e durante toda a assistência prestada. 

No atendimento pré-hospitalar móvel de urgência e transporte interinstitucional:

  • Fazer higiene das mãos
  • Utilizar máscara cirúrgica, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável e luvas de procedimento
  • Manter ventilação do veículo adequada proporcionando a troca de ar durante o transporte
  • Utilizar máscara N95 se realizar procedimentos geradores de aerossóis (intubação, aspiração traqueal, ventilação, etc)
  • Fazer limpeza e desinfecção das superfícies internas do veículo com Álcool 70% ou hipoclorito de sódio após o transporte
  • Notificar previamente o serviço de saúde para onde o caso suspeito ou confirmado será encaminhado. 

No Pronto Socorro ou Ambulatório:

  • Verificar se o paciente chega com queixas respiratórias (tosse, coriza, febre, dificuldade para respirar)
  • Disponibilizar máscara cirúrgica para o paciente e o acompanhante. Se as condições do paciente não permitirem, orientá-lo a manter a higiene respiratória, ou seja, cobrir a boca e o nariz quando tossir ou espirrar com papel descartável e realizar a higiene das mãos. 
  • Manter o paciente em área separada até o desfecho do atendimento
  • Realizar higiene das mãos
  • Evitar contato com mucosas, olhos, nariz e boca
  • Disponibilizar dispensadores com preparações alcoólicas para a higiene das mãos (sob as formas gel ou solução) ou pias com sabonete líquido, papel toalha e lixeira com tampa e abertura sem contato manual nas salas de espera 
  • Eliminar ou restringir o uso de itens compartilhados por pacientes como canetas, pranchetas e telefones
  • Manter os ambientes ventilados  
  • Utilizar máscara cirúrgica, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável e luvas de procedimento
  • Fazer a limpeza e desinfecção das superfícies do consultório e de outros ambientes, bem como de equipamentos e produtos utilizados pelo paciente 
  • Se houver necessidade de encaminhamento do paciente para outro serviço de saúde, notificar previamente o serviço referenciado.

Durante a assistência à saúde:

  • Garantir triagem adequada, 
  • Utilizar precauções padrão para todos os pacientes
  • Estar atento quanto a colocação e retirada seguras de qualquer EPI
  • Implementar precauções adicionais (para gotículas e contato) para casos suspeitos e confirmados 
  • Utilizar máscara cirúrgica, óculos de proteção ou protetor facial, avental impermeável e luvas de procedimento
  • Utilizar máscara N95 se realizar procedimentos geradores de aerossóis (intubação, aspiração traqueal, ventilação, etc)
  • Manter o paciente com suspeita e/ou confirmação em quarto com portas fechadas e restringir o número de profissionais durante estes procedimentos. 

Referências

  • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Nota Técnica nº 04/2020 GVIMS/GGTES/ANVISA. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo coronavírus (2019- ncov). Disponível aqui 
  • Menezes FG. Vida saudável. Blog do Hospital Israelita Albert Einstein. Disponível aqui
  • Brasil. Ministério da Saúde. Saúde lança campanha de prevenção ao coronavírus. Disponível aqui
  • Brasil. Ministério da Saúde. Coronavírus: saiba o que é, como tratar e se prevenir. Disponível aqui

Send this to a friend