Como especialista em dor, gostaria de dividir um pouco sobre o assunto com os leitores.
Conhecer os mecanismos que acentuam a dor, e de que forma ela pode ser aliviada, são caminhos para a melhora e o gerenciamento do problema. Quando a dor é aguda, ocasional, ela deve servir como um alerta. Quando a dor persiste, ela pode se tornar crônica.
A pessoa que sente dor, seja aguda ou crônica, precisa procurar assistência de profissionais especializados em tratá-la, pois com o passar do tempo essa dor pode prejudicar sua qualidade de vida. Se o paciente aprende a conviver com dores isso não o torna uma pessoa mais forte, e sim cada vez mais frágil!!
Conviver com a dor afeta a qualidade de vida do paciente, em muitos aspectos
Podemos perceber, em avaliações criteriosas, o quanto a dor pode afetar diversos aspectos da vida das pessoas, como sono, lazer, trabalho e vida social.
Para um adequado tratamento da dor os profissionais devem, inicialmente, realizar uma avaliação do paciente através de escalas especificas. O objetivo desse tipo de abordagem é utilizar as informações obtidas nesses instrumentos para construir estratégias adequadas de tratamento, envolvendo uma equipe multiprofissional.
A partir dessa avaliação, a equipe multiprofissional pode propor medidas medicamentosas e não medicamentosas que proporcionarão alívio desse sintoma de maneira individualizada.
Atualmente, temos especialistas em tratamento dor e existem várias maneiras de gerenciar, cuidar, diminuir e até eliminar a dor. A combinação de medidas medicamentosas e não medicamentosas funcionam muito bem quando implementadas em conjunto.
O tripé de tratamento da dor
Dentre os sistemas propostos para combate à dor, podemos destacar um tripé bastante interessante: educação, tratamento farmacológico e tratamento não farmacológico.
Nos dias atuais, em grandes centros especializados em dor, a educação dos pacientes é a chave do sucesso do tratamento. Considera-se que, sem ela, o paciente que sente dor – principalmente a dor crônica – não é capaz de obter melhora na sua condição clinica.
A educação, então, é a peça principal para um desfecho favorável na recuperação do paciente que sofre com dor, pois ser pró ativo em seu próprio tratamento faz toda a diferença no resultado e no alcance das metas propostas.
Já o tratamento medicamentoso auxilia no controle da dor, atuando em níveis periféricos e no sistema nervoso central – ou seja, nas vias da dor – através do uso de analgésicos e antidepressivos.
E o tratamento não farmacológico é de extrema importância também, pois age proporcionando auto conhecimento e auxiliando o paciente em sua reabilitação, através de recursos como fisioterapia, psicoterapia, yoga e meditação.
Os três juntos são ferramentas importantes, que devem fazer parte da avaliação e da anamnese, além de fundamentais no tratamento das diversas síndromes dolorosas.
Em última análise, são formas do paciente participar ativamente do seu tratamento e acompanhar a sua própria evolução, alcançando a nossa meta que é: conhecer a dor, gerenciá-la e promover alívio e bem estar.
Especialização em dor
Médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, dentistas e psicólogos podem se especializar em tratamento da dor.
Para saber mais, acesse a página do curso de Pós-graduação Lato Sensu em Dor, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, clicando aqui.
Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2005), graduada em Enfermagem pela Universidade Gama Filho (1988) e Especialista em Dor e Cuidados Paliativos. É professora titular da Universidade Metropolitana de Santos e professora/coordenadora do Curso de Especialização em Dor, pela Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein.