Eu sei que, muitas vezes, nós, professores, recebemos denominações de chatos, bruxos, carrascos e outros nomes não muito carinhosos…
Mas, no futuro, você verá que fazemos isso com o objetivo de torná-lo um profissional melhor do que nós mesmos fomos.
Queremos dar a nossa contribuição para formar profissionais que consigam atender e superar as expectativas da sociedade depois da graduação. Nesse sentido, costumo dizer que você não têm que estudar para a prova e sim para a vida profissional e que, com a “cola”, está enganando a si mesmo.
Por esse motivo, falamos tantas vezes sobre os desafios que você têm que enfrentar durante o curso.
Lembre-se que o objetivo parcial é a conclusão do curso, mas que o objetivo final é a inserção no mercado de trabalho, de preferência em posições de destaque, com salários adequados.
Por isso, é necessário fazer algumas reflexões para ter sucesso acadêmico e não perder os objetivos de vista.
12 fatores que impedem o seu sucesso acadêmico:
1. Não se preparar para as provas
Deixar para estudar muito em cima da hora, somente um dia antes da prova. Isso causa estresse e interfere na capacidade de apreensão. Falo bastante, durante as aulas, sobre a construção do conhecimento e da aprendizagem. Então, a aprendizagem é um processo que se constrói e não dá para ser concluído de um dia para o outro. Revisar o conteúdo após as aulas ajuda a consolidar o conhecimento, tornando-se desnecessário perder horas, posteriormente, para decorá-lo.
2. Não aceitar conselhos de pessoas experientes (pais, amigos, professores)
A maioria das pessoas já passou por essa situação e pode colaborar para o aprimoramento do aprendizado, com troca de experiências e frases de encorajamento. Ouça os conselhos de amigos, professores, parentes e chefes. Cada um deles tem contribuições a dar como, por exemplo, feedback a respeito dos avanços e deficiências, palavras de motivação, descrição de experiências vivenciadas.
3. Pensar que a vida de acadêmico se resume a festas e baladas
A descontração é necessária e faz parte do cotidiano de todas as pessoas. Mas, é preciso organizar o tempo para conseguir cumprir com todas as obrigações e responsabilidades, que não são poucas – provas, trabalhos, seminários, estudos de caso, estágios, trabalho de conclusão de curso (TCC). Isso só é possível com disciplina e maturidade. Portanto, em vários momentos você precisará abdicar de alguns períodos de lazer.
4. Não se relacionar com os bons alunos
Para manter-se motivado, junte-se aos bons alunos. Só eles poderão te incentivar quando estiver cansado e desanimado e te apoiar quando for necessário. A responsabilidade e disciplina de alguns pode contagiar a coletividade.
5. Não se preparar para o período de estágio supervisionado
Você deve estar preparado, em todos os sentidos, para o estágio, pois essa é a oportunidade de ouro para aplicar os conhecimentos teóricos na prática. Além dos conhecimentos, é necessário ter tempo suficiente para desenvolver as atividades propostas e estar disposto a enfrentar os sentimentos inerentes a atividade como, cansaço, insegurança, ansiedade, entre outros.
6. Não ser humilde (achar que sabe tudo) e flexível
Com o passar dos anos, alguns estudantes agem como se fossem soberanos no quesito saber. É preciso lembrar que há outras pessoas com muito mais conhecimentos e experiência, e que nem sempre você está com a razão ou é o dono da verdade. Lao Tsé, em sua frase “Conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder“, nos ensina a importância de reconhecimento das limitações e da humildade para superá-las.
7. Ter vergonha de dizer “não entendi” ou “não sei”
Não fique preso a famosa frase “o que os outros irão pensar”. Cada um tem experiências anteriores variadas e ritmos de aprendizagem diferentes. Você só conseguirá sanar as dúvidas se admitir que as tem e procurar ajuda, seja ela com professores ou colegas.
8. Estudar somente as disciplinas que gosta ou tem afinidade
Adotando esse comportamento, além do desempenho acadêmico insatisfatório, você poderá perder a chance de estudar assuntos que poderão ser de extrema relevância para a sua carreira ou para a oportunidade do primeiro emprego.
9. Não investir em cursos ou atividades extracurriculares
Além dos conhecimentos específicos da área de atuação que alavancam o seu desempenho acadêmico e, posteriormente, o desempenho profissional, você pode agregar outros saberes como, por exemplo, o domínio de outro idioma.
10. Não valorizar a assiduidade
Subestimar a importância de assistir as aulas significa maior dificuldade para fixar o conteúdo. O excesso de faltas, além de conduzir o estudante para a reprovação e, consequentemente, torná-lo colecionador de dependências (DP) desnecessárias, prejudica seriamente o rendimento acadêmico. Busque motivação para estar presente nas aulas, lembrando que o seu objetivo final depende do seu desempenho. Como sempre digo: Não se tem nada de muito valor sem sacrifício!
11. Dar prioridade a outras coisas
Optar por outro caminho, seja ele um emprego, uma viagem ou outra atividade e trancar temporariamente a faculdade, tornará a sua caminhada mais árdua. Lembre-se que o retorno é sempre mais difícil, pois o tempo de afastamento atrapalha a retomada do ritmo. Na maioria das vezes, esse é o fator preponderante das desistências.
12. Não participar de atividades acadêmicas
Entre as atividades acadêmicas estão os grupos de estudo, as monitorias, as iniciações científicas, as campanhas de práticas educativas em saúde, etc. Todas essas atividades contribuirão, direta ou indiretamente para a formação e fortalecerão o espírito de equipe, uma das exigências na vida profissional, principalmente, na área da saúde.
Portanto para atingir o sucesso acadêmico é preciso, como digo sempre, fazer escolhas e, geralmente, para cada escolha há uma renúncia.
Pense muito bem nas escolhas e renúncias que você está disposto a fazer!
Doutora em Ciências (EEUSP), pós-graduada em Administração Hospitalar (UNAERP) e Saúde do Adulto Institucionalizado (EEUSP), especialista em Terapia Intensiva (SOBETI) e em Gerenciamento em Enfermagem (SOBRAGEN). É professora titular da Universidade Paulista no Curso de Enfermagem, e professora do Programa de Especialização Lato-sensu em Enfermagem em Terapia Intensiva e Enfermagem do Trabalho na Universidade Paulista.